Steve Jobs no portão


  Ano passado escrevi um texto sobre a minha “saída da caixa”, minha opinião sobre a Apple. Expliquei todos os pontos em A FALÊNCIA DO IPHONE. Um gigante morto. O texto virou um “viral” e atingiu MEIO MILHÃO de visualizações em todo o mundo (também na versão em inglês). Hoje, um ano depois, tenho algo a dizer.
  A Apple, por força da marca, tem o poder de fazer seus usuários crerem realmente que detém o que há de mais novo em tecnologia. Talvez por nossa vaidade, a grife nos sacia enquanto nos acomoda cegos. Mas neste ano que estive fora da caixa de maças conheci muita coisa! Vi computadores com tela touch, vi slidepads, celulares à prova d’água, baterias de 1 dia e meio, telas divisíveis em várias funções, conectividade aberta de bluetooth para transmissão de dados, fontes de energia sem fio, tecnologia AMOLED, telas dobráveis, notificação por LEDs coloridos, widgets, e mais uma infinidade de coisas que até então não existia pra mim. Também vi ferramentas já conhecidas, como assistentes por voz, mas então funcionando com muito mais fluência e repertório, como o Google Now.
  Estava tudo perfeito, era a liberdade, era minha alforria! Sem escravidão de iTunes,  sem bluetoth fake, sem ter de andar com o carregador na mala! Era eu e um mundo de coisas geniais vendidas a preços absurdamente mais baratos! Eu me sentia feliz e livre como aquele cara nadando pelado no filme A Lagoa Azul. Até que...
  Até que um dia tive um problema técnico e precisei de assistência. Eu entendo que as coisas quebram, dão defeito e precisam de reparos. Realmente entendo e não tenho problema com isso. Mas eu vim de uma vida “Apple-maníaca”, tenho tudo que o Jobs inventou e eles também dão problemas, com a diferença que eu levo a uma loja, peço o orçamento, pago o preço e no prazo combinado eu busco, pronto. Qualquer shopping e até livrarias tem um balcãozinho pra nos ouvir. Aqui fora da caixa não é bem assim. Descobri que a Sony, por exemplo, possui apenas 2 assistências numa cidade como São Paulo! Um cubículo no oitavo andar de um prédio minúsculo no Tatuapé e uma portinha na Avenida Indianápolis. Detalhe: uma não atende todos os modelos, enquanto a outra não trabalha com aparelhos na garantia! Sites reconhecidos como Reclameaqui e PROCON mostram o número de reclamações da Samsung 11 vezes maior do que o da Apple! Qualquer um com 3 minutos de google confirma meus dados. Entendem onde quero chegar? Meu caso em especial, com o Sony Xperia Z2 (o top da marca na época), virou uma novela inacreditável. Horas ao telefone, brigas, cobranças, mentiras, prazos estourados, falta de explicações, notas sem laudos, correio e até chats de atendimento online fui obrigado a usar... E eu cansei. Parecia uma gincana onde todos eram contra mim.
  De repente, o que havia sobrado na minha carteira foi debitado da minha paciência. Minha bandeira de liberdade passou a me soar mais uma “molecagem”.. Pesquisei gente suficiente para entender que a recorrência divide as pessoas dois grupos PREDOMINANTES: Os que vivem felizes sem o IOS, e os que já precisaram de assistência técnica. Conheci quem teve o aparelho trocado e até quem recebeu reembolso. Mas é indefensável os números de pessoas que tomaram uma “canseira”. As aspas são para indicar o eufemismo para com a palavra DESRESPEITO.
  Concluo: Pelo cuidado com o pós-venda; pelas estatísticas positivas do PROCON; pela facilidade do contato pessoal e virtual; pela velocidade de resposta e pela segurança que tudo isso gera em mim, eu aceito pagar o preço abusivo e abro mão de toda tecnologia e inovações interessantes que existem lá fora. Volto pra caixa, certo de que Jobs me espera no portão como fez outrora na bíblia o pai do filho pródigo.


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