E da próxima vez, vá encher o saco da sua vovózinha!


  Eu entendo que todas as conclusões que temos não são eternas e imutáveis, mas sim momentâneas e mais frágeis do que imaginamos. Acredito que toda a evolução que se possa ter em qualquer assunto é fruto de parar para pensar (a psicologia usa o termo “experiência elementar” para isso, mas não ouso tentar explicar aqui). Sendo assim, procuro frequentemente gerar desconstruções, re-pensamentos, re-nascimentos... isso pode vir em forma de textos, músicas, poemas, fotografia, posts em redes sociais e qualquer outro canal passível de se tornar uma ferramenta de provocação, fomentação de movimento racional, debate construtivo.
  Obviamente, ninguém é obrigado a valorizar essas coisas. Tem gente que não quer, por infinitas possibilidades de motivos, e TUDO BEM. Aí é só não ler o texto, não ouvir a música, não aceitar os convites, etc... Simples assim. Mas confesso que não entendo quando vejo pessoas se incomodando com aqueles que debatem, questionam e repensam as convenções religiosas, políticas e culturais. Mais do que isso, elas dizem coisas como “é uma perda de tempo, cada um tem a sua opinião e ponto”, ou também, “você quer gerar polêmica gratuita”. Absolutamente tudo o que fazemos é cerceado, limitado ou influenciado por essas correntes de pensamento. Todos temos temos nossas opiniões e isso pode influenciar, e muito, as outras pessoas! Para ser mais claro, olha só:
1.      Diz não ter paciência para debater política. Não sabe nada sobre os cargos e suas funções. Mas, quando a passagem do ônibus aumenta 20 centavos ela “pinta a cara”. Quando ela não pode mais comprar um carro sem a redução do IPI, ela reclama do mundo.
2.     Diz que “cada um tem a sua religião e isso não se discute”, mas em seu cotidiano ela é oprimida por conceitos vindos de pensamentos religiosos retrógrados e terroristas que enclausuram pelo medo, se aproveitando da ignorância de pais de família. 
3.     Diz que “cada um tem a sua cultura e ninguém tem é obrigado a mudar”, mas quando entra num metrô ao lado de um indiano cheirando incenso, fica brava.
  A questão é que, para viver em comunidade, precisa-se sim discutir e encontrar melhores saídas para lidar com as diferenças de pensamentos. É sim necessário parar para conferir se costumes antigos ainda fazem sentido para o contexto atual! Achar que cada um pode viver do seu jeito é loucura, é o início do fim! AS CONVENÇÕES DE PENSAMENTOS DESATUALIZADAS, MATAM PESSOAS. Esse pensamento de “preguiça cerebral” para lidar com alguns assuntos desgastantes, faz com que outros jamais tenham parado para pensar no preconceito, então saem e batem num gay com uma lâmpada no rosto. Exatamente porque quem poderia ajudar a elucidar a riqueza das diferenças culturais, não o faz, mendigos são queimados em Brasília.
  Sei que existem lugares e momentos melhores para algumas conversas, mas se “todo mundo” está na internet, porque aqui não pode ser um lugar ideal?! Tanta gente compartilha na rede coisas esdruxulas! Eu não sou, nem de longe, a melhor pessoa para mediar ou gerar algumas discussões, mas realmente acho que muita gente já parou para pensar em alguns pontos, depois de alguma provocação minha. E não estou falando que concordou comigo, nem espero isso. Estou falando de parar para pensar.

  Acho saudável e, mais do que isso, indispensável que as pessoas conversem sobre suas “certezas”. As piores atrocidades do mundo foram feitas por pessoas que tinhas total certeza. Então, da próxima vez que vier me falar que eu gero polêmicas gratuitas, veja primeiro se você não é alguém oprimido pelos costumes do seu país, pela turminha da sua escola, ou até, pela religião da sua família.

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