· “10%” é a fração da conta repassada àquele que serviu o
cliente diretamente (garçom).
· “Oferta” é uma quantia adicional e voluntária dada àquele que
presta um serviço já pago. Por exemplo: Eu já pago um serviço de telefone que
inclui assistência técnica. Mesmo assim, posso dar um “agrado” ao moço que
passou a tarde inteira caçando o tal problema na fiação. Julguei que seu
esforço valeu mais do que a quantia que imagino que ele receberá por aquela
visita, por isso “o compenso”.
· “Gorjeta” é um valor dado à algum prestador de serviço no qual
a motivação não é a retribuição da satisfação do cliente, mas sim uma pressão
cultural ou até mesmo direta do prestador de serviço para com o cliente,
forçando que um “ganho por fora” aconteça. Por Exemplo: num hotel, um
funcionário leva, sem que eu tenha pedido, minha mala por poucos metros até a
porta do meu quarto. Ao final ele espera na porta e faz cara feia se eu não lhe
der algum trocado. Sujo igual, é o cliente que oferece uma “gorjeta” em troca
de um tratamento diferenciado. Por exemplo: O homem dá 50 reais ao garçom do
casamento para ser melhor servido e ainda levar a garrafa de whisky para casa.
Meu problema é com
este último. Fico indignado quando vejo alguém me pressionando a dar-lhe
dinheiro. Vale lembrar que é direito constitucional a liberdade de um cliente
não pagar nem os 10% de uma conta se não achar merecido! Além do mais, é
burrice pagar à mais para receber um tratamento que é seu direito receber com
excelência, sem nenhum acréscimo por isso. Acompanhe o raciocínio: Vamos supor
que comer numa churrascaria custe 50 reais. O “espertão” paga o garçom com mais
$10 para ser privilegiado sempre com as primeiras fatias da picanha. Se mais
pessoas fizerem isso no mesmo restaurante, a lógica da “exclusividade” já
falhou. E se todos fizerem a mesma coisa, na prática seria como se o valor do
rodízio subisse para $60 reais, e isso com o serviço então novamente igual para
todos! O valor a ser pago foi aumentado pelos próprios clientes! Tem que ser
muito sem-instrução para fazer isso. É matemática!
Outro dia veio um
homem entregar um galão de água aqui em casa. Vamos supor que o galão custasse
$6,50 no mercado, mas eu pago $7,50 para recebe-lo em casa. Ou seja, eu já pago
um adicional pelo conforto da entrega. O entregador não tem que ficar
incomodado porque eu não dei “caixinha”! Mas a burrice não para por aí. Existem
aqueles que pagam $8,50 para receberem galões mais novos (galões, botijões e
variações são frequentemente reutilizados). Isso quer dizer que, eu que pago
tudo certo não recebi o melhor serviço que eles podiam oferecer! Entende o meu
ponto? O mesmo acontece com o cara do speedy que não me traz um modem novo, mas
sim um “consertado”, já usado em outra casa. Acontece com o garçom que demora
pra passar na minha mesa por privilegiar aqueles.
Acontece com o motorista do valet que passa outros carros na minha frente, acontece
no lava-rápido, na costureira e até no açougue: outro dia um infeliz levou o
pedaço de alcatra que a minha avó tinha escolhido! Deu uma gorjeta para o açougueiro
e ele disse “tenho uma peça especial para o senhor!”.
No fundo a lógica é
bem simples: Pagar por fora ao invés
de reivindicar um bom atendimento é desvalorizar o seu próprio dinheiro que já está
pagando por todo o serviço! É, literalmente, o cliente aumentar por conta
própria o preço à ser pago. É, literalmente, sem sentido, inconcebivelmente
absurdo e assustadoramente burro.
Na minha cabeça é
muito coerente não pagar à mais. E pra você?!
Está com "carradas" de razão caro amigo...Também acho isso!!!. Há locais/países em que a gorjeta está institucionalizada (restaurantes, cruzeiros). Uma coisa é dar por vontade própria, outra é a obrigatoriedade...
ResponderExcluirConcordo em parte. O aumento de preços também se dá pelos impostos e lucros abusivos. Podemos considerar isso mais um fator, mas não o único. Abraço camarada. Rs
ResponderExcluirThales, meu amigo de Caruaru, nem eu disse que era o único motivo do aumento de preços...
ResponderExcluirabraço.