Professores, celulares e alunos. Quem está errado?



  Vejo por aí professores se descabelando com a questão “aluno-tecnologia”. Há quem toma o celular durante a aula, quem manda recado pro pai e até quem lamenta tantas facilidades. Caminho por outra via, e deixo aqui minha opinião como sugestão aos que ousam ter coragem e disposição para A Mudança.
  Antes vale reforçar o bom senso, afinal, até água mineral, exercícios e vitaminas em excesso, prejudicam. Também lembro que até Stevie Jobs foi categórico ao dizer que limitava o tempo de uso dos gadgets por seus filhos, em casa. (2010/New York Times – jornalista: Nick Bilton) Dito isso, vamos ao que interessa.
  Acredito que tamanho desconforto por parte de professores denuncie uma desatualização. Tantas queixas me sugerem um desespero camuflado de uma estratégia falida; um despreparo para o diálogo com o perfil do estudante contemporâneo; uma falta de pesquisa por ferramentas interessantes e uma aula possivelmente monótona. O mundo mudou, não há como voltar atrás e talvez falte coragem e disposição para desconstruir a empoeirada tradição pedagógica do dito ensino “bancário(termo de Paulo Freire para designar o processo unilateral, onde o professor deposita conhecimento no aluno). Quando surgiu o telefone, os mais rasos reclamaram que ninguém mais ia ao encontro do outro. Agora olhe os benefícios advindos pelo telefone... A mesma lógica simplória foi usada no nascimento da Internet e hoje, é usada para os celulares, tablets e toda a tecnologia vestível como iwatches e google glasses. Mas quem pensou fora da caixa enxergou uma oportunidade de melhora didática e crescimento profissional.
  Sou entusiasta da nova leva de professores que usa FaceTime para conectar alunos de culturas distantes, ao vivo! Plantão de dúvidas via TweetCam. Professores de Matemática, Física e Engenharia fazendo miséria no Chrome Lab. Professores de História criando aulas incríveis no History Clock; os de Geografia se apaixonando pelo Maps of Word HD. Para a o ensino da Música, metrônomos, afinadores, samplers, Garage Band, Audacity, ProTools. E as dezenas de interativos para Gramática e Língua Portuguesa?! Já tem até estatísticas comprovando o uso do Life Coach para alunos com TDAH! Lousas digitais, mesas digitais, notas colaborativas, conteúdo de provas na Nuvem da Sala... Se não há o empenho para desvendar o fantástico mundo do iTunes-U, que pelo menos uma vez na vida todo professor clique na aba “educação” da Apple Store. Eu cursei a faculdade inteira de chinelo e iPad.
  O fato é que vivemos um novo tempo e isso independe das escolas, diretores, coordenadores ou professores aceitarem. Simplesmente “agora é assim”, fim. A questão é se adequar sem preguiça ou medo, e reconhecer que um aluno com o mundo na palma da mão não tem mais interesse pelo seu giz. E digo mais, todo o conteúdo que sai da boca do professor já pode ser comprovado, atualizado ou desmentido em 5 segundos e 2 cliques. Já existem linhas pedagógicas que sugerem a pausa tecnológica (intervalo para liberar o uso de aparelhos e diminuir os níveis de ansiedade do aluno), e não é isso que eu acredito. Meu discurso é em favor da “tecnologização da Didática”. Ao invés de resmungar que os gedgets afastam meus alunos da aula, eu procuro lidar de maneira à fazê-los melhorarem seus resultados entendendo que todo o conteúdo está disponível 24h!(Spotify) Bem como o contato comigo! E repito que isso independe de concordarmos ou não. Esta é a nova condição estabelecida. Os teimosos se afogarão sem sucesso em sua rebeldia. Sim, disponibilidade de informação não significa conhecimento assimilado, eu sei, mas ser a ponte entre esses dois elementos é exatamente o papel do professor moderno.

  É claro que eu também já pedi para que guardassem as coisas por um momento, mas chega de reclamar e proibir os gedgets em aula. Ao invés disso, torne sua aula mais interessante que o instagram da Kim Kardashian...

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