Na casa do Pedrinho as coisas funcionam um pouco diferente. Desde seu tatara-tatara-tatara-vô, lá no japão, eles acreditam no culto às forças da natureza e na reverência à memória dos anciãos de sua família. Há quem chame de xintoísmo. Como é comum em casa de japoneses, na casa dele também existe um lugar para kami (神), onde flores, sal e água nunca faltam.
Agora suponha que você estivesse passando por um grave problema de saúde. Grave, com médicos desacreditados. Vendo sua aflição e todo o desconforto que se contorce em você, seu amigo Pedrinho –que sempre esteve ao seu lado; amigão presente desde aquele gol perdido no campeonato da 4 série-, ele não aguenta e decide fazer algo. Num ato de desespero misturado com Amor, ele escreve seu nome numa folha de arroz e chorando, pendura num galho da sakaki ( 榊), árvore da vida, sagrada para eles. Então ele passa quase uma tarde toda pedindo àquelas divindades que te ajudem a se livrar deste mal. Ele faz isso porque é como ele aprendeu que “pode dar certo”. É a maneira que lhe ensinaram a pedir ajuda em última instância, apelando ao divino que ele conhece.
Como você se sentiria? Como reagiria quando soubesse? O que saber dessa ação geraria em você? Algo bom? Talvez um incomodo por não acreditar naquelas divindades? Ficaria feliz? Isso “vale”? Seria ruim? Pediria que ele “desfizesse”? Agradeceria? Se emocionaria? Ficaria bravo? Como você se sentiria?
E se esse seu amigo não fosse xintoísta, mas evangélico, e levasse seu nome para uma reunião de oração no monte? Seria mais fácil de aceitar? E se ele fosse espirita? Talvez umbandista? E se ele fosse um índio tupi-guarani e, por você, rogasse à Iamandu (ou Nhanderu ou Tupã), Deus do trovão? E se ele fosse católico e por acreditar que “pode funcionar”, ele pega uns pães, água e um tenis, e sai à pé em romaria até a cidade de Aparecida do Norte, na catedral?
Me diga, como você se sentiria?
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ResponderExcluir- Eu me sentiria super bem. O fato dele fazer as preces demonstra o quanto se preocupa comigo. Penso que, Deus está em você, independente do nome ou forma que determinaram ser o certo.. Quer algo exatamente do seu jeito: faça você, do contrário seja grato por feitos com boas intenções.
ExcluirLarissa Machado: As religiões são muitas, mas Deus é um só. Deus está e,m tudo, Deus é tudo, está dentro de todos, então ele se manifesta como qusier. Vai contrariar Deus? deixa que orem pra Ele da forma que Ele escolheu aparecer.
ResponderExcluirWill Carvalho: Bom, pensei numa resposta mais elaborada, mas não encontrei o que diga mais do que as palavras do Pessoa "tudo vale a pena quando a alma não é pequena".
ResponderExcluirmarcia_carvalho:
ResponderExcluirEu me sentiria amada por esse amigo, independente da crença dele. O amor transcende crenças, dogmas, doutrinas...
Vinicius Gregorutti: Acho que se fosse comigo ficaria até feliz.
ResponderExcluirSou apaixonado pela cultura oriental (sobretudo coreana, japonesa, chinesa), apesar de não acreditar.
E, pra quem está tão acostumado a receber "assédio" de cristãos protestantes inconvenientes, isso seria pra lá de agradável.
Independente do que cremos, a primeira coisa que precisamos, em tempos de crise, é QUERER superar. E saber que há alguém que se preocupa, que se importa conosco, e acredita em nossa superação, certamente nos dá mais energia pra superar as adversidades.
Lisonjeado, amado, cuidado, renovado (por pior que fosse minha situação), feliz e até crente. Não religiosamente falando, mas crente no amor que ainda fumega, na esperança e no carinho. O que o amigo fez não chama pelo nome do deus que for, mas de Amor. Diante de um fim eminente, contra a parede, o amigo recorre àquilo que para ele é o mais confiável, mais seguro e mais sagrado. É um gesto e tanto.
ResponderExcluirÉrica Ferreira: Eu penso que aceitaria com gratidão o amor demostrado por Pedrinho se ele fosse budista, índio, espírita... mesmo não compartilhando de sua fé. Mas reconheço que se ele fosse evangélico, por exemplo, eu seria grata mas me sentiria profundamente incomodada. Parece que tenho um machucado, e eu apertei ele agora que li esse texto. Eu procuro lidar bem com muitas expressões de fé, consigo conviver e dialogar com elas. Mas aquela na qual eu vivi e me apeguei, fundamentei meus pensamentos, embasei minha vida, me frustrei, mas que agora me libertei (sim, porque é assim que me sinto), eu não sei lidar, tenho dificuldade em ser gentil, tenho necessidade de confortar. Por que será?
ResponderExcluirTelma Cristina: Eu me sentiria grata e feliz. Meu sogro era preletor da Seicho no ie e minha sogra ia todos os anos para Aparecida do Norte e eu sempre gostei de saber que eles pediam por meu filho, cada um à sua maneira. Tenho amigos evangélicos e sempre me sinto acarinhada quando dizem que vão orar por mim, me convidam para um culto, me oferecem uma palavra da bíblia. Também tenho amigos católicos e me sinto abençoada ao lado deles... Amigos e familiares espíritas que trabalham para o bem e que eu respeito e admiro muito. Enfim, eu sempre me sentirei grata e fortalecida se alguém interceder por mim com sua fé, seu amor e sua bondade.
ResponderExcluirElizabeth Caldas: Existe uma coisa que quase todas a religiões pregam, e seria talvez isso o espelho da vida, o amor! Diante de um ato que remete a amar o próximo, buscar um jeito, uma fé, um meio, aceitaria de todo o coração! Não existe nada mais bonito na vida do que se mover em prol de uma vida! Nossa eu ficaria muito feliz de ver meu nome numa folha de arroz! Post lindo e reflexivo Mi! Parabéns!
ResponderExcluirDepois de abraçar o Pedrinho , e agradecê-lo por seu cuidado e amor eu diria" Pedrinho, minha vida pertence ao único Deus vivo, meu criador, se for de sua vontade me curar, pode ser através dessa folha de arroz, ou de um simples sopro, obrigada por me amar, descanso minha dor e sofrimento no Senhor, espero que um dia possa enxergá-lo como Ele é, se for através de mim, ficarei ainda mais feliz!"
ResponderExcluirLys♥
Você e sua paixão pelos assuntos polêmicos! hehe
ResponderExcluirNão vou ser antagônica dessa vez, concordo com a maioria, me sentiria honrada e nada incomodada.
Mas temos que tomar cuidado para não banalizar Deus, Deus está em tudo, mas nem tudo é Deus,
Deus pode se manifestar sim de maneiras diferetes, mas não altera seu caráter, Deus é trino, perfeito, imutável, onpresente, onisciente, justo, gracioso e misericordioso.
Temos que olhar com cuidado, pois, há uma linha muito tênue entre fé e crença, as crenças/religiões são muitas, mas Deus é um só.
Depois de abraçar o Pedrinho , e agradecê-lo por seu cuidado e amor eu diria" Pedrinho, minha vida pertence ao único Deus vivo, meu criador, se for de sua vontade me curar, pode ser através dessa folha de arroz, ou de um simples sopro, obrigada por me amar, descanso minha dor e sofrimento no Senhor, espero que um dia possa enxergá-lo como Ele é, se for através de mim, ficarei ainda mais feliz!"
[inteirinho agora... caixa de coments ruim :P]