O Medo Maltrapilho

Andando na rua vi um mendigo. Um rosto conhecido.
Era o Medo. Vestido de cinza e mal entendido.
O Medo, que tanto cuida me mim. Estava assim.
Com olhos de pedinte.
Pelitrapo desacreditado, desafinando me dizia em desafio:
“Me leva pra o lado de lá. E me mostra quão grande é o amor de que tanto falas.”
De longe vem.
Com os olhos borrados e retratos amassados na mão.
O coro o Sol já judiou. O sangue não sacia a dor.
A roupa o tempo desfiou. Os sonhos o gari levou.
Tomei-o em meus braços até acerca donde eu moro.
“Dorme neném. Eu fiz o bicho se esconder.
Levanta. Levanta teus olhos e vê os biscoitos para você.”
Em pequenos passos fui ao seu redor.
Te peguei pela mão.
Preguei o teu botão.
Limpei teu sapatos.
Te dei do meu feijão.
Vi o amor provar que a minha canção vai até o céu.


Sim.

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2 comentários:

  1. É só disso que precisamos... distribuir o amor... Sem medo, sem dó, sem classificações... AMOR e só!
    Ps: Te amo!

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  2. Isso se chama "materiamar"...http://suellenpcosta.blogspot.com/2011/08/materiamar-2.html

    Que atitudes se tornem poesia e música sempre... pq é mais inteiro assim do que diferente... Que Deus lhe de visão de reino...SEMPRE! bJ..saudades daqui.

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