Quer discutir política?! Vem pro pau.

  


Bom, a parte mais agitada passou. E passou como um tornado, um arrastão político de tamanha excitação popular que deu inveja até na, já fora de moda, Copa do Mundo. Passou e reacendeu a politização das opiniões! Fazia já algum tempo que debates eleitorais não apareciam em mesas de bar, e hoje eles já disputam lugar com os gols da semana ou a morena que passa. O povo acordou, estudou, se uniu e hoje está de volta as rédeas de sua nação!
Opa, peraí...
Devo confessar que no começo de tudo isso, há quase 3 mês atrás, eu me envergonhei. Eu me acanhei porque, de repente, todo mundo começou a opinar sobre este e aquele candidato, os quais muitas vezes eu nunca tinha ouvido falar. Até poderia conhecer de nome, mas nunca acompanhei, nunca soube das histórias e alguns nem a fisionomia eu imaginava. Então eu corri para tentar diminuir essa minha defasagem vexatória. Fui atrás de pessoas mais entendidas, entrei nos sites dos partidos e até encontrei sites próprios para esse fim. Eu sei como funciona a república, sei quais as funções de cada cargo e tudo mais, mas em se tratando de pessoas, é MUITA gente para pesquisar. Por isso pondero muito antes de levantar uma bandeira.
A questão é que fui comparando o que ia aprendendo e identifiquei um novo nicho da população, os “pseudo-politizados”. Em sua maioria jovens, são uma classe gigantesca que, assim como eu, nunca tiveram por costume acompanhar a política além de manchetes de jornais, revistas ou links de internet. Mas com um agravante irracional: inventaram uma paixão repentina por este ou aquele personagem ou posição e, de repente, do dia para a noite, viraram militantes ferrenhos e saem por aí à todo pulmão atacando até os amigos e familiares como se tudo se resumisse em duas cores. Os que ganharam comemoram uma questionável esperança (em partes também cega e inventada), e aos que perderam parece que tudo se resolveria em flores se o resultado fosse outro. Criou-se um ringue e colocaram os pobres de um lado(preconceituosamente taxados em uma região) e os ricos de outro (esquecendo que muitos enriqueceram exatamente no governo dito dos pobres). Assim, montou-se o circo.
Eu sou a favor da consciência política, claro. Temos que saber fundamentar e ter atitude diante daqueles que nos representam. Mas não consigo entender onde essas pessoas tão bem esclarecidas estão nos outros 4 anos do mandato. Não entendo como alguém tem coragem de entrar numa discussão baseado em link de facebook. E é uma bola de neve, porque um discute com os argumentos que ouviu do pai e o outro rebate com um link de um site que ele nunca entrou na vida! Aí os posts vão ficando polêmicos, gigantes, violentos, pessoais e os dois saem bravos um com o outro. Antes eram amigos. Vejo outros mais sem instrução ainda, batendo no peito dizendo que deletaram não sei quantas pessoas, sugerindo atitudes drásticas sem saber de história, defendendo cegamente pessoas sem saber de históricos. Usando sites totalmente desconhecidos como a principal fonte de assunto. Definitivamente não entendo o propósito dessas pessoas e muito menos de onde elas tiram tanta coragem para ter essa cara de pau. É como eu entrar num debate de física-quântica atacando meu oponente (tão “novato” quanto eu) com uma matéria do TV-Fama. E ele responde ofendendo a minha família e o meu estado legitimando a posição dele com um vídeo do Porta dos Fundos.. Só então, depois de 10 comentários, saem os dois com uma amizade a menos, com sensação de trabalho feito e um tanto mais ignorantes. O que é maximizado quando dezenas de pessoas curtem as investidas e comentam coisas como “é isso aí!”. Por também não saberem muito além disso..
Por mais mesura, cuidado e respeito, termino com uma ressalva feita por um grande amigo meu, Milton Godoy (que me ajuda muito a tentar aprender mais sobre política): “Muitas vezes temos times, religião, gostos musicais e até cultura diferente e nada disso nos impede de dar início a uma amizade. Mas ultimamente essa história de Eleições tem influenciado de forma decisiva (negativa) na relação entre as pessoas. Eu esqueço tudo de positivo que me fez aproximar anteriormente e passo a, sem argumentos adultos e coerentes, criar muros”.

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