“A menina dos olhos”



Certa vez, no litoral do Sul da Italia, uma comunidade de pescadores tentava resolver um problema. O barco "Menina dos Olhos" andava pesado de mais, fraco demais, não aguentava mais as pescarias. Já pescava havia 43 anos em mares Toscanos.
As mais mirabolantes sugestões vieram dos quatro cantos.
-Troquem o motor!- E assim o fizeram. -Refaçam o manche!- logo foi refeito.
Nada acontecia.
Foi então que um senhor barbado, já de costas curvas pelos anos de convés apareceu, e partindo com a mão um pão de linguiça disse em voz calma:
-Tirem-no do mar.
Não tiraram metade do barco e o espanto já era geral. Todo o casco estava completamente revestido de um corpo estranho. Tão estranho quanto vivo. Era escuro e esponjoso. Dominava toda a parte da embarcação que ficava submersa.
-Raspem tudo.
Todo aquele peso foi raspado. O casco foi repintado. O problema resolvido. Dizem que semana passada mesmo a “Menina” ainda andava sobre as águas daqueles mares.

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9 comentários:

  1. Esta história eu ouvi de Villy Fomin. Um homem de casco raspado.

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  2. Esta história mudou uma vida. Entenda-se o que quiserem dela.

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  3. Não adianta só mudar o interior, ou somente o exterior, a mudança deve ser conjunta ;) Sou sua fã já :)

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  4. Lindo texto Minoru. Muita boa reflexão. Raspar o casco requer sensiblidade, coragem. Do contrário, afundamos.

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  5. Pensando nisso, e no que vc postou no meu blog... Preciso achar ou descobrir um jeito de raspar meu casco!

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  6. Deborah: Permita-se. Sujeite-se. Recolha-se num inverno ou num casulo se assim desejar. Mas volte logo, pois as asas da borboleta atrofiariam se não expostas ao mundo.

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  7. Ok. Acho que entendi! E obrigada, por estar sempre perto... Mesmo não estando!

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  8. Amo poder aprender com seus posts.Excelente!!;)

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  9. Nossa era td q eu precisa ler hj!
    Obrigada!

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