A macieira que queria dar laranjas




           Sou desses que gosta de abrir portas e puxar cadeiras para que uma mulher se sente, mas ainda assim, não sou inocente. Basta passear pelo meu blog e constatar que sou um romântico às antigas, de flores e declarações. E por outro lado, não sou puritano e nem tenho afinidades com quem prega a castidade extrema. Pra falar a verdade, tenho até muitos problemas com estes. Não me identifico com os discursos pudicos sobre pureza, virgindade ou candidez. Se lembrarmos que mulheres vadias já existem desde bem antes de Roma, na Galileia mesmo, veremos que é ridículo levantar bandeiras imaculadas. Romântico sim, bobo não.
              Mas acho que, independente da opinião que se tenha, há de haver sempre coerência. O que eu falo deve refletir no meu modo de agir, no tal do modus operandi. Esta semana vi uma postagem de uma menina, já com seus 20 e poucos anos, em que ela narrava enraivecida o fato de ter passado por uma situação onde alguém lhe disse: “ôh carinha de safada” e ela surtou! -Friso que sou radicalmente contra todas as formas de invasão, agressão e violência seja contra quem for. A questão aqui nem é essa.- O que eu achei engraçado é que em sua própria página da rede social existem vídeos dela dançando algumas músicas, e uma delas diz assim “Minha safada, desce até o chão / vai danada, hoje quero ver seu bum bum mexer aqui” (Mc-Koringa).
              Depois de rir muito com um amigo, percebemos que é mais ou menos assim: se eu estiver na balada e disser para uma mulher ao pé do ouvido “Sua potranca, vem cá e empina em mim, óh” ela possivelmente irá me dar um tapa ou derramar seu drink na minha cabeça. Mas se o Dj tocar a música do Cristiano Araújo que diz exatamente a mesma coisa, ela não só gosta como desce até o chão e ainda põe o dedinho na boca. Entende que incoerente?! Falar é violência, mas se cantar a mesma frase, aí beleza. O critério que ela tem não é o mesmo sempre. O filtro das linguagens usadas variam quando convém.
          Então lembrei dessa foto que vi há algum tempo. Ela mostra um churrasco feito pelo Ronaldinho Gaúcho onde ele “ostenta suas posses” (vou poupar-lhes da legenda original). Na hora lembrei daquelas que adoram atacar os homens dizendo que “a mulher não pode ser tratada como objeto” (Concordo! Leia o começo do texto!). Mas acompanhem o meu raciocínio: Eu sou músico e odeio que nos chamem de vagabundos. E sempre exponho meu desagrado, mas atacando os próprios músicos que são sim vagabundos e que sujam a imagem de toda a classe. Além disso, outra principal preocupação é que eu mesmo não tenha atitudes de um! Até para ter a autoridade de reclamar quando o fizerem. Com relação àqueles que nos atacam, posso apenas mostrar que eu não sou assim e fazer do meu modo de agir, um testemunho que fale por mim. Nenhuma mulher é obrigada a agir de modo a não fazer-se um Objeto, o problema é quando uma dessas reclama do tratamento que ela inspira. É como um padre exigir as reverências sacerdotais, mas tendo um caso com a faxineira. Entende? Assim como as outras Mulheres (não molecas), este padre suja uma luta respeitosa e legítima de quem não é assim.
            Para fechar, sugiro à tal “novinha” que escolha entre as duas opções que ela tem: Ou agir como o quer ser reconhecida, ou aceitar ser conhecida como quer agir. Vale lembrar que a educação deveria prevalecer sempre, mas é incontestável que cada escolha tem suas consequências e reconhecimentos inerentes.  




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16 comentários:

  1. Tendo uma opinião semelhante a sua sempre tomo cuidado em como me expressar para evitar ao máximo equívocos na comunicação, o que nem sempre é possível. Manifestar esse tipo de opinião muitas vezes é encarado da mesma forma que comentários de que as mulheres são responsáveis por serem excessivamente assediadas na rua. Já cheguei a ler em comentários de um artigo da Veja sobre o assunto em que o cara simplesmente disse que a mulher não deveria usar roupas provocativas se não quisesse ser estuprada na rua, como se no ato do estupro ela tivesse parcela de culpa por incitar a atitude carnal do homem, que não pôde se conter. Afinal, a carne é fraca.

    Acho que não podemos deixar de lado a visão de que o homem é responsável por suas atitudes, e que age dessa forma esperando que não haja nenhuma punição. Pro cara, é apenas uma frase vazia que ele fala e pronto, continua o dia dele numa boa, ao passo que pra mulher as consequências psicológicas podem ser graves.

    Cada um é livre pra se vestir-se ou agir como bem entender e concordo que a menina citada precisa ter coerência nas atitudes dela. Dizer que a consequência de se vestir e agir dessa forma será o assédio eu concordo. Dizer que o assédio é válido e legítimo, não.

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  2. Caro Michel Furtado, entendo e concordo com todos os pontos do seu comentário. Só espero que não tenha entendido que ele e meu texto se contrapõe em alguma medida, seria um absurdo. Também não sei de que parte do meu texto você entendeu que "Dizer que o assédio é válido e legítimo, não".. Sugiro que leia d novo, e com mais calma.
    Obrigado.

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  3. Acho me me entendeu errado, e peço perdão por não ter sido claro. A conclusão do que eu disse é apenas a reflexão de que a opinião que compartilhamos não resulta, de forma alguma, em dizer que as mulheres são responsáveis pelo assédio que recebem. Só não quero que entortem nosso pensamento nesse sentido. Minha intenção é somar.

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  4. Ah, entendi, foi uma espécie de prevenção. Neste caso, obrigado.

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  5. Minoru, gosto muito dos seus textos em geral, mas esse especificamente me incomodou, como uma picada de inseto que coça continuamente. Se tivesse que dar um nome ao inseto responsável, seria pseudofeminismo. O seu apoio às mulheres é condicional, o respeito a elas é condicional, depende do tipo de música que ouve e de como dança. Uma mulher dançar funk (só um exemplo, não é apenas o funk que tem conotação sexual no mundo da música) não quer dizer que ela quer transar com o primeiro cara que aparecer na frente (você disse basicamente que é incoerente dançar e cantar funk e não estar disposta a isso), pode significar apenas que gosta de sexo ou de dançar até o chão - se mostrar, nossa autoestima gosta disso e tende a ser baixa devido a toda a propaganda na mídia dizendo basicamente que somos "feias" e precisamos comprar tal shampoo, maquiagem, cosmético, roupa, etc. se quisermos ser "bonitas". Ela não merece ser assediada, ponto final, não há "mas" que limite o respeito que merece. Ainda não fez sentido minha crítica? É como se alguém que cantasse "Kiss Me" da Sixpence None the Riches estivesse disposta (ou tivesse que estar disposta) a sair beijando qualquer um, não faz o menor sentido.
    Essa visão preconceituosa com o funk também é típica, não falo de nossa opinião pessoal (podemos gostar ou desgostar como quisermos), mas sim de julgar pejorativamente esse tipo de música mais bruta, como a vida bruta dos moradores de favelas cariocas que a criaram. É uma expressão cultural de um povo num tempo e local, o caracteriza como nenhum outro gênero musical, justamente por não ser nem um pouco "delicado" (tanto o ritmo quanto a letra).
    Por fim, se uma mulher é machista e se objetifica, isso também não é justificativa para alguém consciente discriminá-la, ela só é mais uma pessoa imersa nessa sociedade machista, nasceu nela e nunca questionou essa realidade. Você, como formador de opinião e excelente pessoa que é, precisa auxiliar as mulheres nessa luta, não propagar o machismo disfarçado em seus textos. Espero que não se ofenda, e sim repense...se tiver interesse e precisar de um norte no feminismo, recomendo esse texto:
    http://papodehomem.com.br/feminismo/
    "A mulher não tem que ser dar o respeito porque o respeito já é dela por direito"

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  6. Oi Minoru, não gostei do seu texto em nenhum aspecto. Pra começar aqui: "Se lembrarmos que mulheres vadias já existem desde bem antes de Roma, na Galileia mesmo, veremos que é ridículo levantar bandeiras imaculadas. Romântico sim, bobo não." - Primeiro, eu não entendi. Mulheres vadias? O que são mulheres vadias? O que são homens vadios? O que é ser "romântico" sem ser "puritano"? O que são todas essas rotulações numa sociedade desigual e machista?
    O simples termo "vadia" no seu texto já é condenável. Existe uma coisa chamada misoginia, que todos pregam sem perceber e sem critérios. "Misoginia: Opressão, discriminação e invalidação de mulheres cis de forma sistemática, institucional e/ou individual."
    Pra mim é sobre isso que trata o seu texto. Seu texto reproduz sem querer querendo a opinião de que certas mulheres são promíscuas sem se assumir e, por isso mesmo, deveriam abaixar a cabeça pro desrespeito e abuso que sofrem. Isso é uma ideia absurda pra mim.
    Primeiro porque ninguém tem a moral suficiente de dizer que certas atitudes são sexualmente degradantes porque a sexualidade de uma pessoa é problema dela e de mais ninguém. A mulher vai ter relações somente com quem quiser, independente das músicas que ouve e dança, das roupas que veste, da forma como se comporta, bebe, fuma, etc etc etc.
    "Falar é violência, mas se cantar a mesma frase, aí beleza. O critério que ela tem não é o mesmo sempre. O filtro das linguagens usadas variam quando convém." - Não entendi qual é exatamente o problema nisso. Por que é engraçado?
    Então assim, só porque eu gosto de sexo, eu sou obrigada a achar que sexo em nenhuma hipótese é algo violento...
    Não faz o menor sentido.
    Eu como ser livre que deveria ser, tenho o direito de escolher em quais situações algo pra mim é aceitável ou não. Se eu me sinto mais confortável dançando ao rítimo do Cristiano Araújo do que recebendo uma cantada sua, então o meu conforto deve ser respeitado. Ao mesmo tempo que eu gosto de receber carinho de determinada pessoa, e de outra não. Assim também, como eu gosto de dançar com determinada pessoa de um jeito, e com outra de outro... etc etc etc.
    Não sei se fui coerente o bastante pra você.
    "Nenhuma mulher é obrigada a agir de modo a não fazer-se um Objeto, o problema é quando uma dessas reclama do tratamento que ela inspira." - Aí você pegou pesado na raíz da questão. O problema é que quem julga se a mulher está se objetificando ou não pode e provavelmente está tendo um julgamento errado. Alguns podem achar que se objetificar é tirar a roupa em público. Outros acham que é dançar até o chão. E ainda tem aqueles que consideram uma mulher que gosta de sexo, uma vadia. E tudo isso não passam de opiniões masculinas pelas quais os homens decidem quem eles devem ou não respeitar. Mas espera, você disse no começo do texto: "-Friso que sou radicalmente contra todas as formas de invasão, agressão e violência seja contra quem for. A questão aqui nem é essa"... É tão radicalmente contra, mas até que ponto? Até o ponto em que você decide que certa mulher não merece ser respeitada ou pelo menos, não tem o direito de reclamar caso seja desrespeitada?

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  7. Lunáticas e Fernanda Barbosa da Silva: Antes, honro e reconheço o respeito para comigo, na representação da opinião contrária. Agradeço o cuidado na elucidação clara e o tempo gasto em argumentações tão bem feitas. Levarei cada virgula em consideração nos próximos textos. Obrigado por isso.
    Todavia eu, por compromisso firmado com os moradores daqui, nunca deixarei de expor a minha opinião em sua completa inteireza. Isso abarca desde minhas maiores qualidades, até minhas mais baixas limitações e, por vezes, fará com que meus textos nem sempre sejam bonitos, poéticos, confortáveis ou até mesmo relevantes à todos. Sou plural e mais do que isso, nunca me obriguei da verdade absoluta.
    Jamais incentivarei conscientemente qualquer tipo violência. Porém, acho "incontestável que cada escolha tenha sua consequência e reconhecimento inerente" e isso independe do sexo.
    Pessoalmente, sempre fui amante apenas das mulheres elegantes e articuladas, talvez por isso minha dificuldade na imparcialidade.

    Obrigado.

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  8. Na verdade Minoru, eu não espero mais nada de qualquer texto, do que coerência. E isso faltou no seu. Tentei da forma mais clara possível te mostrar cada uma dessas suas faltas de coerências, mas acho que não foi o suficiente porque a sua resposta não foi satisfatória pra mim. Vou tentar mais uma vez argumentar contra a sua opinião de que é " "incontestável que cada escolha tenha sua consequência e reconhecimento inerente" e isso independe do sexo." Espero que você realmente leve minha opinião em consideração e dessa vez consiga argumentar de forma mais objetiva e completa.
    Algo que não está claro pra mim é essa "escolha". Pelo o que deu para perceber, para você as pessoas, independente do gênero, sexo ou sexualidade (porque sim, existe diferença entre sexo, gênero e sexualidade), têm duas opções: 1. Se dar o respeito e ser respeitado por consequência ou 2. Não se dar o respeito e aceitar que em troca também não irá ser respeitado.
    Pra mim isso tudo é muito relativo entende? Primeiro que "se dar o respeito", assim como a frase da amiga do comentário anterior ao meu expressa, é algo que pra mim não quer dizer nada. "A mulher não tem que se dar o respeito porque o respeito já é dela por direito". Assim como o de qualquer outra pessoa.
    Só que as coisas não funcionam assim. As mulheres são muito mais julgadas por suas atitudes de uma maneira geral, do que os homens. Qualquer pessoa que seja um tanto quanto questionadora e justa sabe a gravidade disso.
    Você dizer que é amante das mulheres elegantes e articuladas não justifica você dizer que as mulheres que não se encaixam nesse padrão devem aceitar indiscriminadamente as consequências de serem quem são. Qual é o limite disso?
    A grande porcaria nisso tudo é que essas consequências são escolhidas pelos homens. Isso não é justo.
    Mais uma vez, uma menina que dança até o chão ao rítimo do Cristiano não sei das quantas não é obrigada a levar numa boa o assédio de um escroto que diz pra ela que ela tem cara de safada e o escambau.
    É irritante. Porque um cara não leva um assédio do mesmo jeito que uma mulher leva. As consequências não serão iguais para ambos. Aí que tá a injustiça toda, é isso que me faz defender que uma mulher tem sim o direito de ficar puta caso algo a desagrade, independente se pra você ela é uma vadia ou não.
    Espero ter sido clara e coerente o suficiente.

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  9. Sim, foi clara e suficiente.
    Mas ironias à parte, relembro que o texto girou, em sua maioria, sobre o solo feminino unicamente porque foi gerado de uma reflexão que tive após ver esse post em específico, que era de uma mulher. O ponto é que não estou falando que isso não cabe aos homens.
    Vamos levar os exemplos para o lado masculino então. Imagine um desses caras que são verdadeiras montanhas de músculos e adoram arranjar brigas; esses que tratam as mulheres como pertences e se sobrepõem pela força.. Minha não-concordância com essas atitudes são exatamente na mesma medida que com as mulheres que citamos. E tenho direito disso. Jamais de agir com falta de educação, mas com ressalvas e liberdade de expressão. COMO JÁ FALEI NO TEXTO "a educação deveria prevalecer sempre". Qualquer ato de violência é abominável, mas eu tenho total liberdade de ter minhas preferências, desde que elas não ofendam ao outro quando exercidas.
    Pensando bastante, percebi que a minha limitação/dificuldade -e não me orgulho disso- pode estar em não conseguir tratar como uma dama, uma mulher que, numa festa, dança sem calcinha no colo de um desconhecido, enquanto se permite ser apalpada. A frase "a mulher não precisa se dar ao respeito, pois ela o tem por direito" é muito bonita e justa, mas assim como não consigo aceitar os homens truculentos e machões -por acha-los imbecis-, essas também não me inspiram cavalheirismo. Todavia, jamais faria qualquer coisa descabida (se estivesse nesta festa, por exemplo). Sim, é uma limitação minha que tenho que trabalhar. Acho que exige estômago demais. E pare de achar que é só com as mulheres ou que eu aceitaria melhor se fossem homens fazendo a mesma coisa. Eu não penso assim e quem acompanha o blog sabe. Sem sensacionalismos feministas, mas preciso deixar claro que minha "discordância" é IGUALMENTE repugnante em se tratando das mesmas atitudes, nos homens! Por exemplo o próprio Ronaldinho Gaúcho na foto: Entendendo que estou num exercício de "valorizar, mesmo quem não se dá ao valor", o que ele faz também infringe a lógica do bom senso.
    Quando digo que tenho queda por mulheres elegantes, não estou dizendo que todas as que -pela minha opinião- se fazem vulgares, devem aceitar serem tratadas sem respeito. Estou apenas dizendo que infelizmente, no mundo em que vivemos, ainda que isso seja errado e DIGNO DE PUNIÇÃO JUDICIAL em muitos casos, é muito possível que acarrete conseqüências indesejadas. Um homem briguento e folgado pode tomar um tiro numa briga de balada, por exemplo. Quantos caras já não se deram mal por mexer com mulheres acompanhadas... E esses sujeitos não são dignos do meu respeito. É apenas isso que quero dizer com "cada escolha tem suas consequências e reconhecimentos inerentes" pois, até pela constituição, nossas escolhas de atitude nos rendem reconhecimentos não só de nome, mas de número, grau, e firma reconhecida.

    fui claro?

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  10. Se defender que as consequências da sua opinião pras mulheres é sim diferente das consequências para os homens é "sensacionalismo feminista", então não precisa mais discutir comigo. Também tenho muita preguiça de homens que não sabem diferenciar o que é ser mulher do que é ser homem numa sociedade como a nossa.
    O problema não é achar que você não condena as mesmas atitudes vindas de um homem, o problema é que você iguala as consequências E as atitudes! Não é a mesma coisa, simplesmente não é! E isso não sou eu querendo dizer que a mulher é diferente do homem, isso sou eu querendo dizer que pra nossa sociedade, as coisas que um e que o outro fazem são levadas de um modo desigual.
    O exemplo que você deu, do homem que é musculoso, violento, fútil e tudo o mais, não pode ser igualado com o exemplo da mulher que pra você é vulgar, porque a partir do momento que um não exerce às pessoas ao seu redor o mesmo PODER que o outro, estamos lidando com uma situação e um exemplo injusto.
    As consequências que recairão no cara que é desse jeito (digamos, pra você, alguém que não se dá o respeito) e as consequências que recairão na mulher, serão levados por cada um de uma forma diferente.
    Não é difícil valorizar todas as mulheres quando você começar a perceber que o machismo (SIM, O MACHISMO, que está em você, em mim, no teu pai, na tua mãe, na minha avó e no mundo inteiro) é algo repugnavelmente grudento e está tão interiorizado em nós, que crescemos sem ao menos perceber as opressões que sofremos e que perpetuamos, então a mulher que pra você é vulgar, não se dá o valor porque ela cresceu sem que ninguém desse a ela o valor que merecia! Porque talvez, quando ela era criança, deus sabe lá quantas coisas devem ter dito à ela, que ela tinha que ser bonita, que ela tinha que ser gostosa pra atrair a atenção dos homens, que ela tinha que ser isso e aquilo, e que mulher é tudo puta e mais o caralho a quatro de porcarias que são ditas diariamente à todas as mulheres do mundo sendo elas ricas, pobres, bonitas, bem cuidadas, feias, gordas, bem educadas...
    Não estou dizendo que você já disse isso pra uma mulher, estou dizendo que o ambiente em que todas nós crescemos é diferente do ambiente em que um homem cresceu. Quando começar a entender isso, por favor também tente entender o meu lado "sensacionalista".
    Muitos beijos feministas com amor e esperança que você me entenda, porque eu to cansando de tentar fazer os caras entender.
    Também é difícil pra mim.

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  11. O seu respeito, se você se considera alguém respeitável, não pode ser seletivo. Você não pode dizer como as mulheres devem ser para que obtenham o devido respeito. Pouco me importa os homens. Os homens já têm respeito demais. Não sei se você percebeu isso ou finge que não.
    Não existe isso de separar as mulheres entre vadias e elegantes. Existem mulheres que fazem o que querem, existem mulheres que não fazem o que querem e também existem mulheres que nem sabem o que estão fazendo. TODAS elas são desrespeitadas em alguma instância da vida por machistas, ou porque elas não fazem as coisas do modo como elxs querem, ou porque elas deixam de fazer as coisas do modo como elas querem. Já basta isso entende? Eu não preciso vir aqui e ler um texto em que um homem cis, branco e hétero ri da cara de uma menina que se sentiu ofendida por um insulto e aceitar numa boa sem dar surto de feminista sensacionalista.
    Só desabafando mais uma vez (:

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  12. Fernanda, entendo completamente o que vc disse, como mulher sinto isso na pele sempre. O desrespeito não depende de como agimos, ele está aí sempre! Eu posso usar calça e blusa de manga comprida com gola até o pescoço ou minissaia e top que dá na mesma, tem até mulher de burca que nem sai de casa no Oriente Médio que é estuprada! Qual a ação dela que fez ela merecer isso?? E se denunciar o estuprador, é espancada na frente de todo mundo! Eu fui assediada aos 8 anos de idade, tocada por um adulto, e o que eu fiz para merecer isso?? Aí eu percebo que não faz diferença, podemos nos encaixar no esteriótipo limitadíssimo de puta ou santa, mas seremos discriminadas sempre, as "putas" até mais pq essas fazem o que querem mesmo, essas são donas de seus próprios corpos e de suas próprias vidas! Essas ignoram os julgamentos machistas ao invés de se submeterem a eles! Eu espero um dia que eu consiga ser eu mesma sem medo, sem insegurança. Há pouco tempo mal sabia o que queria, pq não era pra eu ter vontade própria. Agora eu sei, mas ainda tenho medo de fazer muitas vezes, por conta dos julgamentos. É uma luta constante para todas nós.
    Fernanda, estamos juntas, vamos rebolar na cara do machismo!!!
    Tenho um novo nome pro texto: A macieira que queria dar o fruto proibido pra quem bem entendesse!

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  13. Meninas, obrigado pelo que acrescentaram até aqui, mas o debate degringolou para coisas que eu nem disse. Posso responder apenas pela minha posição pessoal e pelas linhas que escrevo. Personificar em mim todo o machismo da Terra é, além de prova de não terem entendido o âmago do texto, tarefa para a qual não tenho capacidade, tão pouco paciência.
    Nesse prefixo me despeço, até os próximos textos,

    ou não.

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  14. Minoru, usar palavras difíceis OBVIAMENTE não te torna mais inteligente ou sábio. E "As mulheres devem ser submissas aos homens". Oi?!? Jovem, você anda lendo muito "50 Tons de Cinza". E nem me venha com aquele mimimi que o texto mostra porque o título é assim. A primeira impressão de um texto é o título (que não transmite nada de bom, acho que você já devia saber dessa) e você A-D-O-R-A encher o texto com orações coordenadas adversativas que são basicamente "blábláblá...MAS..." ou qualquer outra coisa com o mesmo sentido. Pelo o que estou lendo nos comentários também, você quis dizer uma coisa... Mas não disse. Você começou a tentar se explicar e empilhar argumentos, quando de repente colocou um ponto final, agradecendo as pessoas que opinaram sobre o assunto e fim. O âmago do texto não tem lógica nenhuma, jovem.
    2 bjs

    #vivaaofeminismo
    #GeorgeCarlinsambandonomachismo #Moçovocêémachista
    #desaprenda #eaprendadepois

    Link que não vai te deixar dormir quando ver isso, vai abalar seu mundo cara!
    http://papodehomem.com.br/wp-content/uploads/2013/08/Screen-Shot-2013-08-18-at-20.24.34-620x345.png

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  15. Leitura obrigatória:
    http://goo.gl/Y6uoO

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