Quando fiz 7 anos aprendi a amarrar meu cadarço sozinho. Com 8 zerei Mario Bros pegando todas as moedas. Com 14 dei meu primeiro varial-flip de skate. Aos 15 atravessei a piscina do condomínio inteira sem respirar. Meu primeiro aluno veio aos 16. Nos 17, tomei dois açaís de 500ml com meu amigo. Aos 18 amarrei minha gravata.
O que tudo isso tem em comum? Todas são conquistas que em algum âmbito me exigiram muito tempo e esforço. Mas a cima de tudo, me frustraram por não me renderem o reconhecimento que achei que merecia.
Na estrada que pego diariamente, finalmente cheguei a conclusão de que o nosso problema –pelo menos o meu- não eram as ações em si, mas seus objetivos e propósitos.
Não chego ao radicalismo de Nietzsche quando diz que todo amor é amor próprio, afirmando que sempre fazemos o que fazemos pois somos usuários químicos do “reconhecimento”. Damos uma flor à alguém pois queremos ver mais um ser gostando de nós; grato a nós; nos admirando. Conquistado.
Mas o que levei mais de duas décadas para entender é que devemos focar nossas forças e esperanças não na performance, mas nos relacionamentos. Decepcionado com meu amigo por não elogiar, eu esqueci tudo o que vivemos! Pare pra pensar. Na prática é exatamente assim! Se um homem não elogia sua roupa nova, tudo o que já foi feito é momentaneamente apagado!
“Grandes feitos” são folhas. Relacionamentos são pedra. Conquistas são fases. Pessoas são cais. Medalhas são individuo. Festas são coletivas. Elogios são direcionais. Abraços são recíprocos. O título é pessoal. O beijo não.
Não espere reconhecimento. Espere na varanda por alguém que chega. Estou hoje, mais para Fernand People que diz que ao que nada espera tudo lhe é grato. É mais bonito assim.
Por favor, não diga: “Isso é pura utopia”. Seria o uso da forma mais baixa de covardia para se esquivar desse desafio.
Em contra partida, elogie mais. Encoste mais, leia os outros sob os conceitos dele. Doe tempo, escolha pessoas ao invés de presentes e faça questão delas em dias importantes.
Isso não é contradição, é gratuidade.
Não gosto da reponsabilidade de ser a primeira a comentar sobre uma assunto tão delicado...(Ou a primeira a começar)
ResponderExcluirAcompanhei suas últimas frases e sabia que viria algo sobre reconhecimento.
Delicado.
Pois, sou persistente neste erro pela motivação errada.
Sim, a motivação.
O que nos leva aos elogios, aos dizeres, aos carinhos?
entendi perfeitamente seu ponto, fora de foco, e gostei, creio que desejar reconhecimento não é o maior erro, e sim fazer qualquer coisa o tendo como motivação.
Ainda bem que podemos mudar...
*
Como mulher, sei do que disse ao se referir à roupa, mas é algo muito mais profundo do que puramente reconhecimento ou elogio, é como perceber o corte de cabelo ou algo que muda na aparência, não puramente pela vaidade clamando por atenção, é bem mais profundo.
Que Deus me ajude a mudar, e que continue lhe inspirando a escrever textos questionadores, assim nós, moradores desta aldeia, teremos sempre um foco novo para encarar, que seja o de dentro então...
Elogie mais: Parabéns por suas palavras...
"Não espere reconhecimento. Espere na varanda por alguém que chega."
Isso faz todo sentido.
Lys.
♥
P.S
ResponderExcluirDa minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
Fernando Pessoa (Guardador de rebanhos)
Li esse poema e lembrei de você neste trecho...de Minorulândia...
♥
CARAMBA!!!!!! sensacional!!!!! muito obrigado!!
ResponderExcluirAdoro Fernando Pessoa também. tenho frases dele na minha parede.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu quero ele na minha parede também! Não dá :( divido o quarto... se não coitadas das minhas paredes...
ResponderExcluirrs
Por nada.
Menos desconhecido,
Ainda preferido.
rs
Boa noite...
Amo passear na Minorulandia... isso aqui é pra mim, meu lugar de parar, pensar e respirar mais fundo e com calma!
ResponderExcluirContinue escrevendo mais e mais e mais...
bjs
Livian: Então continue vindo vindo vindo.....
ResponderExcluirEsse texto me fez lembrar de um pedaço da nossa conversa na segunda-feira, você disse ''Nada me alegra mais do que ver meus amigos irem me ver tocar, e putz as vezes sãos musicas que eu nem gosto de tocar, mas eles estão lá, e isso me deixa feliz'' e é isso, fazer questão de estar lá em datas importantes e em outras também, não por merecimento mas porque a proximidade gera ações assim despretensiosas !
ResponderExcluireu tenho a versão de Devil May Care do disco Live in Paris dela.. essa dai é lindona!!!
"Conquistas são fases...escolha pessoas ao invés de presentes..."
ResponderExcluirDisse tudo...
Acho que sim, que dá pra aceitar o desafio (não gosto do Nietzsche, hehehe)! Se propor a isso já é difícil e diz tanto sobre vc, e tentar viver dessa forma é tão grandioso, te proporciona tantos aprendizados. Traz paz também. Tem muito o que dizer sobre isso, é sensacional! Espero não ter me enrolado com as palavras... Thais.
ResponderExcluirElizabeth: é exatamente isso.
ResponderExcluirSu: Nos conte sua história.
Thais: Não sei se entendi direito rs...
Estou vivendo uma fase exatamente como a que vc descreveu, de valorizar pessoas e não coisas, de doar momentos (importantes ou não) para te-os com pessoas que amo! Sinto muito a nossa distância, gostaria que Rio Preto fosse São Paulo, e que estivéssemos próximos o suficiente para que pudesse participar de uma apresentação sua, sempre que pudesse Sinto mesmo por não estar em cada uma delas, e confesso que senti uma pontada de ciúme por não estar contigo. Porém alguns pensamentos depois, me toque de que, essa distância não diminui a nossa amizade, até mesmo poque não diminuiu até agora... Sinto sua falta! Me liga um dia desses quando estiver com saudade! Beijos!
ResponderExcluirDeborah: Me manda a sugestão de musica de novo!!! um link aqui para td mundo ver!!!
ResponderExcluiruau... viajei nas suas palavras... realmente, não questão de "ahh isso é utopia" se tivessem falado, lá na pré-história, que inventar algo pra facilitar o transporte (roda) era utopia e o inventor acreditasse nisso estariamos até hoje na caverna!
ResponderExcluira questão é acreditar e ir, utopia? Ela desceu uns 30 quarteirões atrás
Eis o link conforme o combinado!
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=yQOsUMbU9n4
Olá moradores da minorulandia!!!!
ResponderExcluirEis meu blog e história...será um prazer recebe-los.
http://suellenpcosta.blogspot.com/
Sério mesmo? Está tão claro na minha cabeça...
ResponderExcluirBasicamente gostei do post e o apoio! Qm sabe em outra oportunidade me explico melhor... foi mal ae.
Já escrevi tanto sobre isso, já disse tanto sobre isso, já recomendei isso.
ResponderExcluirHoje só me lembro disso. Leio e não me reconheço mais. Triste. Sei que preciso trocar minhas lentes estou realmente fora de foco, e pior de forma consciente...
Deus me dá a graça de amar novamente.
Só o amor liberta o ser amado e aprisiona o amante.
Lindo Texto...